22 de out. de 2005

Bebedeira!

Acho que estou meio bêbada!
Bêbada da vida, bêbada de alegria, bêbada de energia.
Bêbada de tudo, enfim!

Só espero que a ressaca amanhã não seja muito grande!

20 de out. de 2005

Sem Sentido

Há tantas verdades que tento esquecer,
Mas o passado sempre vem
Para cobrar-me as dívidas que temos.
Palavras que não têm sentido...
Uma fuga é o início de uma guerra
Onde tudo é permitido.
A loucura é muito mais
Que estar aqui, falando sem ter ninguém para ouvir.

Veja o que aconteceu:
Com o tempo eu fui me acostumando
A cair e a me levantar
E a enfrentar o medo que me persegue..

Escrito em 11/08/2000

Angústia

Sinto um falta tão intensa de tudo e de todos
Que penso que vou explodir.
Vejo-os através de uma névoa
Que, de tão densa, nos separa...
Sei que estão bem.
Estou apartada, sem tocar ou ouvir,
Mas ao vê-los, mesmo que difusamente,
Cuido de seu bem estar.
Sinto uma falta tão intensa de tudo e de todos...
Mas sei que eu só iria perturbá-los.
Então permaneço oculta em minha densa névoa,
Velando por tudo e por todos,
Sem querer me revelar.

Escrito em 03/07/2000

Medo

Medo, sentimento que nos tolhe,
Nos faz agir irracionalmente...
Dosado nos ajuda a sobreviver;
Desenfreado torna-se nosso senhor.
Medo, pequena morte da razão.
Quando dominado é nosso aliado;
Quando dominador
Nada nos faz enfrentá-lo.
Encontrar o caminho para dominá-lo, não se sabe como;
Confronta-lo é a solução.
Atacar o sentimento; o objeto que nos aterroriza.
O ataque da razão controlando a emoção.
Escrito em 07/11/2000

30/08/2000

Uma angústia assola-me o peito.
Lágrimas escorrem em torrentes.
Não há como pará-las.
Não sei se posso, ou mesmo se quero contê-las,
Não há lógica ou motivo...
Apenas uma vontade louca de estar longe de tudo,
Imersa em mim mesma.
Só,

Apesar de todos os que me rodeiam.

Há um mundo que vejo
Do outro lado de um muro.
Um muro intransponível, que me mantém afastada.
Um muro feito de minhas lágrimas,
Que turva as imagens
E que impede de ver com nitidez.

Que mundo é esse que não vejo?
Quem o habita?
Quero chamar, mas a quem?
Que nome devo gritar, se nem voz tenho?

Mas ainda tenho minha vontade...
E, apesar dessa angústia,
Apesar desse muro de lágrimas,
Sei que logo descobrirei quem habita esse mundo,
E farei parte dele,
Transpondo as barreiras
Que eu criei para mim.

18 de out. de 2005

Mais pérolas da adolescência

Sempre amei as poesias de Drummond, por isso quando ele veio a falecer eu fiquei realmente muito triste. Era o meu poeta maior, uma pessoa que eu admirava e que eu tinha tido a sorte de um dia conhecer (uma pequena entrevista para a escola que ele teve a paciência de nos receber, e eu, tal qual uma pamonha, fiquei o tempo todo olhando para ele com aquela cara de idiota que a gente faz quando não acredita que está mesmo ali).
Bem esses dois poemas foram a maneira que eu achei de extravazar a minha dor.
Só espero que eu não tenha ajudado a acabar de matar o pobre poeta com essa minha pretensa homenagem.



Morreu Drummond

Morreu Drummond...
Morreu o homem, morreu a luz, morreu a esperança.
Vive o poeta, vive a obra, vive a lembrança.
Morreu Drummond...
Sua morte é irremediável.
Só será ludibriada
Pela leitura de seus poemas.
Seus sentimentos serão encontrados
Em cada página por ele escrita,
Em cada palavra por ele dita,
Em cada cidade por ele vivida.
E a nós cabe perpetuar-lhe a obra
Para que as futuras gerações
Tenham o prazer de conhecer
O homem, o poeta, a pessoa
Que foi Drummond.
Escrito em 17/08/1987

Falta um Poeta

O luto explodiu na natureza,
No país, nos homens,
Em todos.
Chora o sol, calam os pássaros,
Sossegam os homens,
Entristece-se a lua.
Ninguém tem coragem
De dizer um ai, um oi,
Um conforto a quem quer que seja.
O mundo, a terra, as pessoas,
O luto, o choro, o ai,
Os pássaros, o sol, a lua,
Todos lamentam a partida, a morte, a ida,
A ferida que Drummond deixou.
Escrito em 18/08/1987

14 de out. de 2005

Eu acredito em Deus !!

Mas não sei se o Deus em que eu acredito é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro.

O Deus em que acredito não foi globalizado.
O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém e é pai de todo mundo.
É uma idéia, uma energia, uma eminência.

Não tem rosto, portanto não tem barba.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não tem trono.
Mas você pode imaginá-lo como quiser:
Ele é compreensivo e bom !

O Deus que me acompanha não é bíblico.
Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova.
Ele é compreensivo e abrange tudo isso e mais !

O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, porque é o mesmo Deus, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.

O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos.

Não atribui culpas a ninguém: minhas culpas são minhas culpas, as do vizinho são outras, e nossa penitência é a reflexão.

Ave Maria, Pai Nosso: isso qualquer um decora sem saber o que está dizendo. Para o Deus em que acredito, vale mais o que se está sentindo.

O Deus em que acredito não condena o prazer.
Se ele não controla as enchentes, guerrilhas e violência, se não controla traficantes, corruptos e vigaristas, se não controla a miséria, o câncer e as mágoas,
então que Deus seria Ele se ainda por cima condenasse o que nos resta: o lúdico, o sensorial, a libido que nasce com toda criança e se desenvolve livre, se assim o permitirem?

Não me abandona, mas me exije mais do que uma visita à igreja, uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros.

A cruz pesa onde tem que pesar: dentro.
É onde tudo acontece e Este é o Deus que me acompanha.

Um Deus simples. Um Deus perfeito.

Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante.

Meu Deus é discreto e otimista.
Não se esconde, ao contrário, aparece sempre:
- Nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso, como um abraço numa amiga, uma música na hora certa, um silêncio.
- Nos momentos difíceis, para amparar...

Meu Deus é Deus.

Não posso imaginar um Deus
repressor e não posso imaginar um Deus que não sorri.
Não posso imaginar um Deus que não seja somente bondade:
Ele é A Perfeição ! E isso diz absolutamente tudo.

Porque quem não te sorri, não é teu cúmplice.

Meu nome

Nada mais ridículo do que o egocentrismo adolescente. Pois bem, aqui vão algumas "pérolas do meu cancioneiro" no auge dos meus 16 anos. E para iniciar, "poetisei" o meu nome. Sei que esse tipo de poesia tem um nome específico, mas no momento não me lembro.

Meu Nome

Lentamente me ergui.
Imaginei estar nas estrelas,
Ver os planetas distantes,
Ir além do universo
Antes que o sol desponte.

Depois pensei em ti
Exatamente como és.
Busquei as respostas
A todas as perguntas;
Ri das besteiras pensadas.
Continuei lembrando o passado
E ergui pros céus uma prece
Livre de todas as crenças,
Longe de todos os olhares...
Olhei para além-mar e
Senti o prazer de viver.

Matei todas as angústias
E esclareci minhas idéias.
Notei que ao meu redor
Estava tudo em harmonia.
Zelando por este momento
Estavam todos os deuses,
Saudando a força da alegria.
Escrito em 21/03/1988
Pois é.
Tive várias fases em minha vida em que pensei que era poeta.
Passava horas tentando escrever, e confesso que às vezes até saía alguma coisa que prestava.
Depois passei anos sem encostar em uma caneta, a não ser para os estudos ou algum jogo como a adedanha.
Então a inspiração voltou, talvez por eu estar passando por uma fase um tanto conturbada na minha vida afetiva, o que me fez sentir uma necessidade enorme de extravazar o que estava represado, mas essa fase também se encerrou. Atualmente só conto algumas histórias, em prosa mesmo, que dá menos trabalho (pelo menos para mim.)
De qualquer maneira vou postar aqui a produção destas minhas fases dedicadas à poesia.
Se gostarem, bem. Se não gostarem, amém.

13 de out. de 2005

Que Cansaço Bom...

Tenho estado muito cansada, mas um cansaço bom.
Um cansaço de quem está fazendo muito, esperando pouco, realizando as coisas (que nem sempre saem como planejamos), e que no final do dia não consegue nem dormir direito por estar muito ansiosa, aguardando e planejando o dia seguinte.O mundo gira, mas a mente gira muito mais rápido. As idéias surgem e passam e fogem e correm e voltam...ufa. Tudo ao mesmo tempo agora.
É mãe para administrar, filha para dar atenção, trabalho rotineiro para excecutar, casa para cuidar, ensaio para ir, coreografia para fazer e ensinar, e arranjar tempo para ser mulher, amiga, sair com os amigos, beber, se divertir, jogar conversa fora, reunir com a família.
Mas quer saber? Sem isso tudo eu não sou nada.
Adoro essa roda-viva, que faz com que meu dia pareça ter 78 horas ao invés de 24. Não saberia viver com o tempo sobrando. Com calma para fazer as coisas. Todas as vezes em que tentei me programar para ter tempo sobrando, para me dedicar a mim, no final das contas eu dava um jeito de preenchê-lo.
Prefiro sentir esse cansaço proveniente da minha produção, seja familiar, profissional, ou de lazer, do que esse cansaço que muitas vezes presencio em algumas pessoas. Um cansaço depressivo, de quem está cansado de não ter o que fazer, de quem está desanimado e por isso não produz nada, nem mesmo alegria.

A Dança



E ela fingiu entender, e se conformar e a ajudar.Estou falando da Dança, que, atropelada pelo Teatro, foi colocada como ilustre figurante em minha vida.
Mas foi por pouco tempo.Sem brigar, sem desejar o mal ou torcer contra, ela ficou ali, de lado, apenas observando. Sem se pronunciar contra ou a favor, permitiu que me envolvesse com o Teatro, que eu experimentasse desse doce mel.E aguardou o momento de entrar em cena, radiante.
Sim. Ela sabia. Ela sempre soube que eu não poderia nunca abandoná-la. Talvez me afastar um pouco, experimentar coisas novas, mas ao final acabaria voltando para ela, com mais força e propósito.
E ela ficou a observar, esperando o momento de se mostrar. A princípio, timidamente, usando do mesmo subterfúgio que o Teatro, insinuando uma pequena ajuda.E então, aconteceu. Olhei-a bem dentro dos olhos, e o amor represado rompeu as barreiras e me inundou de uma forma avassaladora. Novamente nos fundimos e nos tornamos únicas. E pela primeira vez o Teatro nos viu como realmente éramos.
A Dança não é uma muleta.
A Dança sou Eu.
Sem ela sou apenas a metade de mim, e não consigo me entregar a mais nada plenamente. E o Teatro entendeu que, para me ter junto a ele, teria que aceitar a Dança em sua vida.E agora estamos completos Eu, a Dança e o Teatro.
E que venham os aplausos.

O Teatro

O Teatro, assim mesmo, com maiúscula , entrou na minha vida de maneira inexpugnável.
Sempre tive uma certa simpatia por ele, mas nunca me interessei em que fizéssemos parte um do outro. Ele era apenas mais um instrumento a ser usado para que a minha Dança (assim, com maiúscula também) se revelasse por inteira. Isso era o que eu pensava.Mas ele, o Teatro, tinha outros planos para nós.
Veio vindo aos pouquinhos, se insinuando, fingindo a princípio que só queria ser um ajudante da Dança, essa sim a grande estrela da minha vida. Depois, meio que pedindo desculpas, pediu ajuda à Dança, pediu permissão para que eu ficasse só um pouquinho com ele, pois ele queria aprender a ser como ela, e essa, envaidecida, deixou.
Deixou que ele se aproximasse de mim e me envolvesse, sem perceber o que estava preparando.Sedutor, persuasivo, o Teatro propôs à Dança, que ambos fizessem uma parceria. Ele seria a desculpa para que ela aparecesse nos melhores momentos do espetáculo. E ela, burrinha, aceitou.
Eis que veio o golpe final.Sem aviso, o Teatro me tomou nos braços, jogou a dança para a coxia, e me disse: Agora somos só nós dois. Agora eu vou te ensinar o que é brilhar, contando apenas consigo. Agora você vai beber do prazer que é se tranformar em várias pessoas sem precisar de muletas. Apenas você e a ribalta.
Tentei fugir. Argumentei que não seria capaz de fazer nada sem a Dança, que ele estava redondamente enganado, mas foi em vão.Então, de súbito, compreendi. Compreendi que havia me apaixonado irremediavelmente pelo Teatro, assim mesmo, com maiúscula. Agora quem quer beber o mel desse lábios desafiadores sou eu.
E a Dança? Bem, ainda a amo, não posso abandoná-la, mas ela terá que se acostumar, a partir de agora, a ser coadjuvante nesse espetáculo que é a minha vida.

12 de out. de 2005

Eu Preciso Lhe Dizer

Eu preciso lhe dizer
O quanto ter você me faz viver;
E o quanto a gente só faz melhorar com o passar do tempo.
E que as manhãs me pegam a sorrir,
As tardes me levam a sonhar,
E as noites me lançam ao vento...
Por causa de você voltou a vontade de cantar;
Vi meu medo se atirar no espaço aberto;
Vi o passado se distanciar perto de tudo o que virá...
Não há ninguém que ocupe o seu lugar no amor de cada dia.
Sua companhia já é música para mim.
Se vivo correndo sem parar,
Sempre encontro conforto em seu encanto.
Meus olhos têm sede de lhe ver.
Em minhas mãos, famintas de você,
Sinto o meu tato procurando...
E isso tudo eu preciso lhe dizer.

Escrito em 28/02/2000

O início

Estou inaugurando o meu blog, e confesso que estou um tanto ansiosa.

Para os que me conhecem, sabem que às vezes escrevo alguma coisa nos Orkuts e Gazzags da vida, principalmente sobre as aprontações de minha filha, mas pretendo fazer deste espaço um lugar mais central para tudo isso. Pretendo inclusive postar alguns poemas escritos no auge da adolescência, só para lembrar aquela época.

Vejamos o que pode acontecer...