19 de nov. de 2005

Agradecimento a um Amigo



Escrevi esse texto em 2001, especificamente para uma pessoa que considerava meu Amigo, e que veio a se tornar o pai de minha filha meses depois. Cheguei a presenteá-lo com um cartão contendo o texto no dia do amigo daquele ano. Depois encontrei várias versões do texto, disseminado pela internet. Não sei se foi um plágio ou apenas uma forma de encontro do inconsciente coletivo que fez com que várias pessoas se expressassem de maneira similiar sobre esse tema. O fato é que adoro esse texto.



Pela amizade que me dedica;
Por meus defeitos, que você nem liga;
Por meus valores, que você aumenta;
Por minha fé, que alimenta;
Por esta paz, que nos transmitimos;
Por este pão de amor que repartimos;
Por seu silêncio, que diz quase tudo;
Por este olhar que me reprova, mudo;
Pela pureza dos seus sentimentos;
Por sua presença em todos os momentos;
Por ser feliz, se me vê contente;
Por esse olhar que me diz: "vá em frente";
Pela confiança que me proporciona;
Por ficar triste se estou tristonha;
Por rir comigo quando estou risonha;
Por repreender-me quando estou errada;
Por meu segredo, sempre bem guardado;
Por seu segredo que eu conheço;
Por achar que eu te mereço;
Por me apontar a Deus a todo instante;
Por esse amor fraterno, tão constante;
Por tudo isso e muito mais lhe digo:
Obrigado por ser meu amigo.
Escrito em 19/04/2001

Pretérito Querer



Queria ter a dureza de um bloco de granito,
E que o sangue gelasse em minhas veias.
Queria ter controle absoluto sobre minhas reações,
Como um robô programado para não sentir.


Queria ter o poder de esquecer tudo o que me faz mal,
E a capacidade de não me deixar atingir por fantasmas do passado.
Queria trancar o coração e, assim,
Impedir os sentimentos de se manifestarem,
Como essa raiva que sinto de mim mesma.

Queria ter tido forças para impedir que as coisas chegassem a esse ponto.
É como se eu tivesse que me desculpar
Ou convencer alguém de algo que estava além do meu alcance.

Mas aprendi a viver um dia depois do outro,
E sei que posso realizar o que quiser amanhã.
E se não conseguir, eu tentei.
E sempre tentarei.


Escrito em 19/04/2001

Tesouro


O poder de um sorriso
É maior que o de mil palavras;
Um carinho sincero
Traz mais respostas que mil perguntas;
Um olhar pode nos tocar mais profundamente
Do que a oferta de um caro presente.
Os sentimentos que nos ligam
Estão além do entendimento comum.
Cada gesto, por mais banal,
Sempre tem um significado secreto.
Não importa o tempo, nem a distância,
Mesmo longe nos entendemos.
Não importa com quem estamos,
Não perdemos nossa intimidade.
Essa amizade é o nosso tesouro.
Que não a percamos jamais.
Escrito em 23/03/2001

18 de nov. de 2005

Tenho tanta coisa presa dentro de mim que eu não consigo exprimir...
As palavras parecem não querer sair.
E fico eu aqui
Olhando para a tela, esperando que a qualquer momento
As palavras saiam aos borbotões

8 de nov. de 2005

Traquinagens Infantis

No fundo da beira de um rio, um lago se forma como um espelho deslumbrante e mágico. Vejo as montanhas refletidas, assim como o céu, o sol e nuvens brancas. Vejo milhares de rostos, todos meus.
Quem fui, quem sou, quem serei, quem poderia ter sido...
Mas a face mais bela é a que reflete um doce sorriso da minha meninice, toda lambuzada de roxo, debaixo da amoreira que havia na casa vizinha à do meu tio.
Tudo se resume nesse sorriso: a traquinagem de fugir para roubar aquela frutinha preta deliciosa (e que eu adoro até hoje), a satisfação da vontade saciada, e a doçura de ser criança e inocente.
Vi esse mesmo sorriso refletido não nesse espelho mágico da minha memória, mas no rosto de minha filha, que repetindo a traquinagem da mãe fugiu sozinha para o quintal para colher não amoras, mas acerolas. A felicidade estampada em seu rostinho por ter conseguido sua pequena independência, olhando para mim com a cara toda lambuzada e as mãozinhas tão cheias do fruto vermelho que chegavam a cair, me fez lembrar daquele distante dia de minha infância.
E eu corri para abraçá-la.

4 de nov. de 2005

Final de ano chegando e junto aquela sensação de que ainda não fizemos tudo o que queríamos e que agora não vai dar mais tempo.
E o mais engraçado é que justamente nessa época é que todos os compromissos aparecem ao mesmo tempo. Me peguei olhando para o calendário tentando ver onde encaixaria meu aniversário: talvez entre uma apresentação de teatro e um casamento, isso se der tempo, pois ainda temos que programar o Natal e fazer as compras.
E fica a pergunta? O ano passou muito rápido ou nós é que não prestamos atenção e, como bons brasileiros que somos, deixamos tudo para a última hora?
Será que no resto do mundo é assim?
Pergunto porque me lembro que quando morei em Goiás, havia tempo para tudo. Tinha tanto tempo que mesmo quando tentávamos preencher, ele ainda ficava se divertindo conosco, brincando de "sobrar", só para ver como iríamos nos arrumar para ter o que fazer. E quando vínhamos de férias para Niterói, começava essa loucura de muito o que fazer, e tempo nenhum para concatenar.
Claro que as férias eram no final do ano, esse período em que tudo acontece ao mesmo tempo.
Enfim, não sei as respostas.
Só sei que tenho que sair, pois ainda tenho milhões de coisas a fazer e o tempo está escasso.