28 de dez. de 2005

Preguicite Aguda

Sei que estou completamente ausente. É que tenho estado dquele jeito, sabe? Aquele jeito meio baiano. Uma preguiça arretada, uma falta de vontade de pensar e principalmente de escrever o que estou pensando.
Uma preguiça enorme para concatenar as idéias de forma linear e lógica.
Aliás, porque ser lógica?
Que coisa mais chata.
E falar em preguiça é também uma coisa completamente absurda, uma vez que mal tenho tempo de respirar. Ainda mais agora que as férias escolares começaram e estou com minha pequena 24h por dia grudada em mim. O que, diga-se de passagem, é a melhor coisa do mundo.
Mas não deixa de ser uma espécie de preguiça, uma moleza, um não querer fazer nada, um querer ficar a toa, de pé pra cima, enfim, curtir um nada de vez em quando.
Talvez seja essa época do ano. É festa de Natal, compras, trocas, preparação para o reveillon, levar filha no cinema, no parque, no zoológico, que quando finalmente as coisas se acalmam e a criança dorme, dá um desânimo de ligar o computador e escrever alguma coisa.
Aí fico bem quieta, curtindo o silencio da casa, deixando os pensamentos fugirem e vou jogar um vídeo game para relaxar.

4 de dez. de 2005

Jogo de Cena



Acho engraçado ouvir-te dizer coisas banais,
Quando teus olhos me falam de amor.
Diverte-me ver-te disfarçar com pequenas desatenções
A atenção que me quer dispensar.
A cada não percebo o teu sim.
Por mais distante que tentes parecer,
Sempre encontras uma maneira de tocar-me
Ou dirigir-te a mim.
E assim segue a noite,
Como em uma peça teatral,
Até o instante de ficarmos à sós.
E nessa hora, como em uma marcação de cena,
Caem as máscaras;
E não mais evitas meu olhar.
Finalmente deixas fluir toda a paixão que preservaste
Dos indiscretos olhares
De estranhos que nos vigiavam.
E então abrimos as comportas da represa,
E permitimo-nos saciar a sede
Que nos torturou por toda a noite.
E quando novamente nos encontrarmos
Representaremos a mesma comédia,
Numa vã tentativa de disfarçar para o mundo
Nosso círculo vicioso de prazer.

Escrito em 17/05/2001