24 de nov. de 2006

Transtornante!

Definindo o início de hoje:

Transtornante!

Não sei se essa palavra existe, ou se é usual, mas é a única que me vem à cabeça nesse instante.
Egos exacerbados de pessoas infelizes por não saberem se resolver consigo próprio podem acabar com um excelente começo de dia.
Sinceramente, esses serezinhos que não sabem ser felizes que fiquem com seus próprios trantornos e me deixem em paz.
Vou calçar meus sapatos, pegar minhas castanholas e dançar o Flamenco.

22 de nov. de 2006

No Olho do Furacão

Como já disse, estou em uma fase completamente Legionária. Desfilo os Cds no aparelho de som, um após o outro, no volume máximo, enquanto detono uma garrafa de vinho e fico observando o furacão que gira ao meu redor.
Tantas mudanças na vida...
Mudanças que a princípio podem parecer um verdadeiro caos, como se tudo estivesse fora do lugar (e na verdade está), e nada caminhasse para frente. Aquela sensação de que tudo está errado. A vida de pernas para o ar, o mundo caindo em cima da minha cabeça.
Mas cada vez que a gente muda para uma casa nova, primeiro é necessário fazer uma grande bagunça, tirar tudo do lugar, jogar um bocado de coisa fora, para enfim conseguir arrumar tudo. E o mais interessante é que nessa arrumação forçada acabamos resgatando objetos que nem lembrávamos, ou que julgávamos perdidos.
É assim que estou me sentindo.
Mudanças!
Algumas voluntárias.Outras forçadas pela vontade de terceiros.
Estou no meio da bagunça de minha própria vida, entulhada de caixas com sentimentos que ainda não sei aonde colocar, se no lixo ou no armário.
Vou esperar o furacão passar, e então, aos poucos, vou colocando as coisas no lugar.
Ouvindo Legião e detonando mais uma garrafa de vinho, vou juntando os pedaços espalhados de minha vida.

Sereníssima

"Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta o meu desejo.
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer,
Mas existem outras coisas.
Consegui meu equilibrio cortejando a insanidade.
Tudo está perdido mas existem possibilidades.
Tinhamos a idéia, mas você mudou os planos;
Tinhamos um plano, mas você mudou de idéia.
Já passou, já passou, quem sabe outro dia?
Antes eu sonhava, agora já não durmo.
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe,
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade!
Não estou mais interessado no que sinto,
Não acredito em nada além do que duvido.
Você espera respostas que eu não tenho,
Mas não vou brigar por causa disso.
Até penso duas vezes se você quiser ficar.
Minha laranjeira verde, porque estás tão prateada?
Foi da lua dessa noite ou do sereno da madrugada?
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluços,
Enquanto o caos segue em frente,
Com toda a calma do mundo."

(Sereníssima - Legião Urbana)

19 de nov. de 2006

Invocação

Quando estou só,
Insone,
Rolando à noite na cama,
Invoco sua imagem.
E é tão vívida
Que o percebo com todos os meus sentidos.

Posso sentir suas mãos deslizando pelo meu corpo
Em uma torturante carícia,
E a sua respiração entrecortada
De encontro à minha nuca.
Ouço sua voz incitando-me ao momento máximo do amor.
Seu cheiro espalha-se pelo quarto
Impregnando minhas narinas,
E sinto o gosto de sua boca
Num ardente beijo que me enlouquece.
Dessa maneira revivo, inebriada, nossos encontros,
Esperando por mais um dia;
Esperando que mais uma noite passe;
Esperando que, enfim, chegue o dia
De não mais ter que invocar imagens.
Olhos, espelhos das almas.
Será? Não sei...
Dizem que os olhos não podem mentir...
Então como explicar
Os enganos que o seu olhar
Passaram para o meu?
Como será que conseguiu ocultar
O que lá deveria estar?
Ou talvez tenha sido eu,
Que querendo me enganar
Olhei, sem enxergar,
O que dizia o seu olhar.
Vaga minh’alma ilúcida
Pela noite escura e sombria.
Onde estás, amor que me alucina??
Meu corpo deseja o teu;
Meus lábios fantasiam teu gosto;
Meu coração anseia pelo momento sublime do amor contigo.
Não posso ver o brilho dos teus olhos,
Injusta distância que me fere...
Ah, meu amor! Quão amargas são as noites que passo à vida sem ti!
Desfaz esse amargor e vem me amar!
Despe meu corpo.
Passeia sobre ele as tuas mãos;
Com tua boca, leva-me à loucura e à sede de amar...
Transforma meu gemido sofrido
Que outrora ecoou no silêncio das noites solitárias
Em gemidos ofegantes de prazer
Do ardente amor que, mútuo, sentimos.
Quero-te com todas as minhas forças,
E peço-te:
Ama-me para todo o sempre.

Sem Título

Eu amo ouvir a sua voz a dizer-me coisas,
E ficar ao seu lado, sentindo seu corpo no meu.
Eu amo seus beijos, que saciam minha sede
E calam a minha alma.
Tudo em você me completa.
Sou feliz ao seu lado.
O que sinto é tão especial que transformou minha vida,
Mudou meu mundo,
E me fez ver cores e flores que antes não via;
E a maior transformação de todas foi a redescoberta do amor.
Hoje eu posso dizer que amo você.

Ser Feliz é...

Acordar e saber que está atrasado,
Mas ter certeza de que tem um emprego!
Ver a caixa do correio cheia de contas,
Mas receber uma carta do amigo!
Ter um monte de recados na secretária,
Mas no meio deles, um que diz:"Tô morrendo de saudades!"
Ver que no almoço a mãe fez salada de beterraba,
Mas o prato principal está apetitoso e é o seu preferido!
Estar num engarrafamento,
Mas ligar o rádio e ouvir a sua música predileta tocando, lembrando de alguém especial!
Brigar com o cachorro porque ele comeu seu sapato,
Mas ser recebido por ele com uma festa todos os dias quando você chega em casa!
Ser feliz é chegar em casa exausto,
Mas ainda assim ser arrastado pra balada por uma porção de amigos!
Enfim, ser feliz é ter um monte de problemas,
Mas ser capaz de sorrir com as pequenas coisas do dia-a- dia!

(Autor Desconhecido)

18 de nov. de 2006

Os Barcos

Você diz que tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo forças desiguais:
Qualquer um pode ver
Que só terminou pra você
São só palavras: teço ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é o amor ficou seu retrato
A peça que interpreto
Um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos
E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno:
É dor, se há - tentava. Já não tento
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor, se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho:
Baldio é o emu terreno e meu alarde.
Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade
Você com outro alguém.
E você diz que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver:
Só terminou pra você.
(Renato Russo/Dado Villa-Lobos)

Fim

E tudo estava indo tão bem, que demorei para entender que era o fim.
Assim, sem brigas, sem acusações, apenas um não é por vc, de vc não tenho queixas, o problema é comigo.

E Fim.

Fim?
Difícil dizer. Mais parece um começo.
O começo da angústia de tentar entender o que ficou nas entrelinhas, o começo da dúvida sobre o que realmente ocorreu, o começo da dor.
Como diz a música : "Tudo bem quando termina bem, e os (m)seus olhos não estão rasos d'água...".
Mas os meus olhos ficaram não rasos, mas inundados de lágrimas que jorraram desenfreadas e sem nenhum pudor, como uma fonte que não se pode secar.

14 de nov. de 2006

Acrilic on Canvas

-É saudade então.

E mais uma vez
De você fiz o dezenho mais perfeito que se fez:
Os traços copiei do que não aconteceu.
As cores que escolhi, entre as tintas que inventei,
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três.
Trabalhei você em luz e sombra.

E era sempre:
-Não foi por mal. Eu juro que nunca
Quis deixar você tão triste.
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras -
Quase nunca são.

Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis
Que não chegamos a sujar.
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto.
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes
De tamanhos diferentes
E fiz então
Pincéis com seus cabelos.
Fiz carvão com o baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte.

Era sempre:
-Não foi por mal. Eu juro que não foi por mal.
Eu não queria machucar você: prometo que isso nunca vai
Acontecer mais uma vez.
E era sempre, sempre o mesmo novamente -
A mesma traição.

Às vezes é difícil esquecer:
-Sinto muito, ela não mora mais aqui.

Mas então por que eu finjo que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim - não foi desse jeito.
Ninguém sofreu: é só você que provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito" e "não te esqueças de mim".

(Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Renato Rocha/Marcelo Bonfá)

Legião Urbana

É incrível como a vida pode ser tão cíclica e ao mesmo tempo tão reta.
Adoro, simplesmente amo de paixão todas as músicas da banda Legião Urbana. Renato Russo sempre foi para mim o maior poeta da minha geração (Cazuza que me desculpe. Tb o adoro, mas Renato transcende).
E apesar de toda essa paixão por sua poesia, só em momentos de crise é que mergulho profundamente nela.
Nos últimos dias tenho ouvido quase à exaustão tudo o que tenho da Legião ou dos discos solo do Renato (íntimo assim). E o que não tinha, comprei, para completar a coleção. E recordei pérolas que havia esquecido nos meus antigos LPs em cima da estante, como Acrilic on Canvas, que no momento diz tudo o que eu sinto, ou então Sereníssima, que tenho nas versões original e acústica, e que fala completamente de quem e de como sou.
Se não fosse Renato e a Legião acho que não teria como botar para fora toda a minha mágoa, frustração, tristeza, dor, e não poderia transpor tais sentimentos e tranformá-los em aceitação.
Renato, onde quer que vc esteja, meu muito obrigada

13 de nov. de 2006

Me diz como é que faz?
Finge que eu cheguei agora,
Finge que eu não sei do engano,
Finge que eu não vim.

Me fala sobre mim,
Como se estivesse fora,
Mostra a foto de outro ângulo,
Finge que eu não vi.

Me roubei da estrela,
E é como seu fosse a luz
E ela eu.
Vim banhada em cor e a estrela
É o que eu fui,
E ainda sou em ti.
E aí doi tanto vê-la,
Como dói hoje olhar pra estrela
Que eu guardei em ti.


(Música de Zé Alexandre)