17 de dez. de 2008

Comemoração

Faz tanto tempo que não me sinto tão leve...
O dia do meu aniversário tinha tudo para ser um dia no mínimo aborrecido. Domingo chuvoso, eu tendo que ir para o teatro para trabalhar e sem nenhuma perspectiva de comemoração...
E derrepente, do nada tudo muda...
Saímos tarde, e fomos os três amigos de tanto tempo e que há muito não se reunia, tomar um ou dois martinis, e jogar conversa fora, isso já prá lá de meia noite, quando não era mais tecnicamente meu aniversário.
Entre um gole e outro, e muitas conversas e memórias, o celular toca, eu já imaginando ser minha mãe perguntando se eu sei que horas são.
E mais uma surpresa. Meus amigos recentes e tão queridos estão acabando o ensaio de uma peça, que irão estreiar no dia seguinte (ou seria no mesmo dia?), e me pedem que vá para lá e leve algumas cervejas. Concordo com eles, convido os que já estão comigo, que delicadamente declinam mas me dão uma carona.
Acaba o ensaio e minhas mais novas duas amigas de infância ficam na cafeteria comigo. Mais conversa jogada fora. Muitas cervejas, risos e até um momento de lágrimas emocionadas depois, e quando nos demos conta o sol já havia nascido há muito tempo. Nos despedimos e segui diretamente para o trabalho, com uma sensação de bem estar, como se tivese dormido a noite toda, completamente descansada e energizada.
E devo dizer que foi uma das melhores comemorações de aniversário que tive.

9 de dez. de 2008

Olho ao redor e não sei muito bem o que estou sentindo.
Tudo parece tão igual que às vezes me pergunto...



o que é que eu me pergunto mesmo?

28 de nov. de 2008

Intrusa

A casa não é mais minha, apesar do meu nome estampado no processo e de arcar com as responsabilidades dos impostos.
Não tenho lugar ali.
Apenas posso tentar vegetar entre um cômodo e outro até que todos adomerçam e me sobre um pequeno espaço na cama. Mas esse espaço também não é meu. Está apenas emprestado enquanto seu verdadeiro dono dorme.

24 de nov. de 2008

Despedidas

Terminantemente não gosto de despedidas, sejam elas pelos motivos que forem...

Na próxima terça feira, dia 25/11 uma das pessoas mais importantes da minha vida vai partir. E sinceramente espero que ele só volte para nos visitar de vez em quando, pois isso significará que encontrou o que quer que seja que está procurando e que aqui no Brasil não conseguiu encontrar.

O Rafa é aquele cara que você nunca sente falta, porque ele sempre está lá. Sem estardalhaço, com aquele jeitão calado, sóbrio, observador, ele permanece discreto, apesar dos seus 1 metro e oitenta e tantos. De repente ele abre a boca e faz o comentário mais descabível, engraçado e, o pior, verdadeiro. Essa característica dele é a que mais me assombra.

Aliás o Rafa tem essa capacidade de assombrar as pessoas. O cara pacato se transforma quando o assunto é carnaval. Tem folego para sair em todos os blocos e ainda assirtir aos desfiles, e isso munido apenas do celular, o dinheiro da passagem e uma garrafa pet de 2 litros de mate previamente preparado em casa. Acho que é disso que ele sentirá mais falta, além da família, é claro.
Com ele não tem tempo ruim. Sempre que qualquer membro da família precisou de qualquer coisa, fosse uma carona, uma força para desmontar um armário (valeu primo), viajar com a mãe só para carregar as compras que ela vai fazer (seja para Nova York ou Petrópolis), levar uma "sobrinha" para gravações e médicos ou simplesmente sair para bater perna e jogar conversa fora, é só ligar e ele estará pronto para ajudar. E sem pedir nada em troca. Mas também, quando não pode, quando tem algum compromisso, ele diz simplesmente não e pronto. Mas fala de um jeito tão simples, que não tem como, se bobear a gente até larga o que tinha para fazer só pra acompanhá-lo.
Quantas vezes liguei para ele de madrugada, no meio da semana perguntando qual era boa da noite ou então se tinha um canto na casa dele pois de tão bêbada que estava não tinha condições de ir para casa. E sempre aquela resposta com um que de riso divertido brotava: pode vir. Quer que te empreste uma camisa?

Agora o Rafa vai embora. Vai virar inglês. Londres o aguarda. E nós, primos, tios e amigos ficaremos torcendo para que seu desejo de conhecimento e novas experiências seja saciado, pelo menos parcialmente. Que Londres lhe dê o que aqui não encontrou.

Boa viagem, primo.

11 de nov. de 2008

Posts

Passeio pelas minhas leitura virtuais preferidas, e não encontro nada de novo.
É como se todos tivessem tirado uma folga e resolvessem ir para o mundo real um pouco, buscando novas inspirações e emoções...

E nem percebem que os espero para sorver de suas fontes o que me falta...e que nem mesma eu sei o que é.

7 de nov. de 2008

Emoção de mãe é uma coisa tão sem propósito...

No dia primeiro de novembro minha pequena participou de uma apresentação no colégio. Nem preciso dizer que estávamos todos a postos, com as máquinas fotográficas para registrarmos tudo. O pai e a madrasta sentados bem no meio do teatro, eu e os avós em pé no corredor lateral para termos toda a liberdade de movimento para pegarmos os melhores ângulos.
O espetáculo começou, e aí veio o desfile de coreografias das turmas, todas embasando uma história em que o mote era "o que os olhos não veem o coração não sente". Lembro da preocupação da pequena em vestir uma roupa bem colorida (que o pai tratou de providenciar), porque a turma dela representava a alegria e ela queria parecer um arco-íris.
O tempo foi passando e a expectativa aumentando. E finalmente vem a turminha dela desfilando pelo corredor. Um pequeno bando de pimpolhos de 6 anos, sorridentes e confiantes.
Paparazzos familiares a postos, inicia-se a música, e quem comanda a coreografia é minha pequena princesa. Pronto. Lágrimas em profusão escorreram pelas minhas faces, num misto de orgulho, alegria, emoção... e ainda escorrem quendo me lembro daquele instante mágico.

E as fotos? Bem, essas eu tive que pedir aos outros, porque não consegui tirá-las.



29 de out. de 2008

O bom filho à casa torna...
Será?

Sempre tive dúvidas quanto a essa afirmação.

Será que ele volta por ser bom filho, ou volta por total falta de opção?

22 de out. de 2008

Tenho sentido muita falta dos meus cds do Legião....

Correria

E foi dada a largada para a correria de final de ano.
Eu, particularmente, não estou muito afeita a correr atrás de nada no presente momento.

Acho que vou dar um tempo para que os mais apressadinhos corram primeiro. Depois eu vou atrás, lá no chamado último pelotão, e quem sabe eu consiga chegar a tempo do carnaval....

13 de out. de 2008

Natureza/Tina

Natureza chegou em nossas vidas. Mas no caminho entre o Teatro e nossa casa virou Tina, pois Natureza era um nome muito comprido para um animalzinho tão pequeno.
Pois bem. Tina é a mais nova inquilina da casa e membro da família. Uma pequena Hamster que minha filha ganhou de presente de dia das crianças de uma grande amiga nossa.
Nem preciso dizer que foi o melhor (?) presente que ela poderia ter ganho. E Tina já veio com casa própria, um sobrado com direito a porão e tudo. Serelepe, ela sobe e desce as escadas, brinca na sua rodinha e, quando se cansa, se enfia em seu "iglu" e se aconchega na serragem para tirar um cochilo, tudo devidamente observado pelos olhinhos ávidos de Diana, que se diverte e comenta tudo o que acontece na gaiola da "filha" dela.
Foi difícil conseguir convencê-la a ir dormir, e mais difícil ainda convencê-la de que Tina não podia ir à escola com ela hoje pela manhã.
Muitos criticaram minha amiga pelo "presente de grego". Mas todo o trabalho que porventura Tina venha a dar no futuro valerá à pena, só pela felicidade estampada no rosto de Diana no momento em que recebeu a gaiola.
Foi realmente um dia perfeito.

Criar hábitos

Outro dia, conversando com um amigo meu, comentei sobre a existência desse blog.
Contei como às vezes escrevo aqui em profusão, e como às vezes simplesmente ignoro a sua existência.
Bastou esse comentário para levar uma sutil espinafração.
Ele disse que eu deveria criar o hábito de escrever sempre, independente de inspiração ou vontade. Afirmou que depois que ele criou esse hábito, se redescobriu, se conheceu e se tornou um ser humano mais completo.
Não, ele não escreve em blogs. Ele escreve em papel mesmo. Peças teatrais.
Com certeza isso ultrapassa em muito o meu talento.
Mas acho que de uma certa maneira ele está correto. Quando escrevemos acabamos colocando para fora alguns fantasmas que nem mesmo nos damos conta que existem.
Vou tentar seguir o conselho.

Pelo menos até a preguiça bater de novo.

8 de out. de 2008

Mudanças

Mais uma vez me vejo diante de um penhasco, tendo que escolher se pulo ou se volto. O problema é que o caminho de volta foi completamente obstruído por entulhos e pedras grande demais para serem removidas. E elas continuam caindo em minha direção, diminuindo cada vez mais o espaço que me separa do penhasco.
Então me lanço no espaço, em queda livre, esperando que a qualquer momento uma ave de rapina me pegue com suas garras e me leve para o seu ninho.

6 de out. de 2008

Milagre

Não sou uma pessoa religiosa, no sentido literal da palavra. Não vou à igrejas, salvo visitas em cidades turísticas, batizados, casamentos ou sétimos dias. Não frequento centros ou terreiros com assiduidade...talvez uma ou duas vezes por ano. Templos evangélicos, igrejas batistas ou similares então, não tomo nem conhecimento. Nada contra, apenas não tenho vontade.
Mas tenho uma religiosidade muito minha, que junta um pouco de tudo e um pouco de nada.
Dentre essas minhas crenças, está o milagre. Não o milagre fantástico,performático, teoricamente sem um motivo real para acontecer. Mas o milagre que nós, de alguma forma, ajudamos a contecer.
Dia 04 de outubro é dia de São Francisco de Assis, um dos santos mais populares da igreja católica, e para mim um dos mais simpáticos também.
Sempre que "mexo" com Francisco, parece que as coisas acontecem de uma maneira diferente. Os problemas não acabam, mas as soluções surgem de uma forma menos dolorosa, mais fácil.
Esse ano reestreiei, como coreógrafa, a peça "Instrumento de Tua Paz - O Musical", de Luiz Cláudio Ancilotti (querido amigo), baseada na história de Francisco de Assis. E a estréia foi no dia 04 de outubro.
Não sei se por os ensinamentos de Francisco serem tão simples e sua vida ter sido tão sofrida, fato é que problemas graves que assolaram a minha vida justamente nesse período se tornaram menores do que a princípio me pareceram. E mais uma vez operou-se um milagre: a solução foi encontrada (pelo menos a mais urgente, aquela que tem que ser AGORA, mas que parecia que não ia ter jeito) e a calma voltou.

Só sei que acredito em milagres.
Acredito na energia que circunda histórias de poder como a de Francisco.
E só tenho a agradecer.

8 de set. de 2008

Sorrisos me aparecem ao redor
E me pego vagamente tentando entedê-los.

Será que sorriem por que estão felizes?
Ou sorriem por que acham que é o que esperam?
São sorrisos tristes, forçados, sem graça,
Ou são sorrisos alegres, soltos, espontâneos?

Sorrisos sempre fazem parte de nossa vida,
Sejam nosso ou de outros que nos cercam.

Mas quer saber:
Seja qual for o motivo de um sorriso,
Sempre é preferível mantê-lo no rosto.

5 de set. de 2008

Que são apelidos?

Pensando com meu fecheclér (assim, bem abrasileirado), uma vez que não tenho botões nem na minha calça de elástico, nem na camiseta de malha e muito menos no casaco de moleton, tentei formular uma teoria sobre os apelidos.
Em sua maioria eles vem da infância, ou por que tínhamos uma característica engraçada, ou por que falávamos certa palavra de um jeitinho especial ou por que colegas implicantes os colocavam para nos humilhar.
Me dei conta de que eu mesma nunca tive um apelido. No colégio até que tentaram, me chamavam de Olívia Palito por eu ser muito magra e o meu nome ser parecido, mas acho que o fato de não me importar muito com a implicância (sim, pq meus colegas faziam com a intenção expressa de me aborrecer) e de em geral sequer responder à provocação deu fim nas tentativas deles.
Aliás, lá em casa não temos o hábito de incutir apelidos em ninguém. No máximo um diminutivo ou uma contração do próprio nome. Mas apelido mesmo...
E é isso que torna mais engraçado o único apelido que pegou na família, que é do meu primo Luiz Cláudio. Até a família fazer uma viagem ao Paraná,pelos idos de 90 e tal, todos nós o chamávamos de Luizinho. Eis que durante a viagem, no ônibus fretado para caber a galera toda (6 tios com seus respectivos pares, mais uns 15 primos, e alguns outros agregados, malas, violões, isipores e farnel), esse meu primo sentou ao lado de uma prima, de apelido Nâna (diminutivo de Elaina). Durante a viagem, entre uma brincadeira e outra alguém disse que os dois eram os peixinhos de um programa infantil que passava na TV Educativa: Glub-Glub. Foi o que bastou. Passamos a viagem toda chamando os dois de O Glub e A Glub.
A viagem terminou, os anos se passaram, Elaina voltou a ser Nâna, mas por um desses mistérios que ninguém consegue decifrar, Luiz Cládio permenceu Glub até hoje.
Que será que faz com que alguns apelidos peguem em algumas pessoas e em outras não? Porque tem pessoas que parecem que atraem. Não têm um, mas vários apelidos, um para cada ocasião.
Não sei. Só sei que não importa se a gente tem ou não um apelido. O que importa é se a gente tem ou não amigos.

16 de jul. de 2008

Em um estado letárgico,
Observo os acontecimentos
Ao redor de meu mundo.

Estático.

Tudo ocorre em câmera lenta,
Sem movimento.
Quadro a quadro,
Como uma história em quadrinhos
Mal colorida e diagramada.

Me canso dessa paralisia
E, momentâneamente,
Tento acelerar a ação.

Mas logo volto à segurança da letargia.
Não foi o mundo que estagnou.

Fui eu.

2 de jul. de 2008

Ciúme de irmãs

Lembram daquele anúncio de tintas, que tem um menininho imaginando as mudanças da vida dele com a chegada de uma irmãzinha, e que tem como fundo a seguinte música: "Mamãe vai me dar um irmãozinho. Estou contente. Que bom.
Nosso apartamento é pequeno. Tudo o que é meu será dos dois. Até mamãe e papai, de nós dois."

Pois é. Minha filha vai ganhar uma irmãzinha. No caso é o pai quem vai dar. Mas o trâmite de ciúmes, insegurança e carência rola nas duas casas.
O quarto que era só dela está sendo reformado para receber a irmãzinha. Para isso tem que mandar embora alguns brinquedos e bibêlos. Resultado: vai tudo lá pra casa. Está tudo entulhado em um canto, mas tudo é válido para minimizar o cíume que já está se manifestando.
E quando volta da casa do pai, haja psicologia e paciência para muitas conversas e explicações.
No outro dia ela chegou dizendo que não queria dividir a barriga do pai com ninguém. Mesmo sem entender direito o que isso queria dizer, tentei explicar que ela já dividia a barriga do pai dela com um monte de "gente": a boadrasta, a guitarra - que fica mais tempo perto da barriga dele do que qualquer outra "pessoa" - e até mesmo com o próprio pai, afinal de contas a barriga é dele e de mais ninguém.
Depois de me corrigir, às garagalhadas, explicando que guitarra não era gente, ela pareceu um pouco mais conformada e foi brincar.
Espero que durante essa fase todos os dilemas dela sejam tão fáceis e simples de resolver.
E que quando a irmãzinha chegar, o carinho e a meiguice dela se expandam de tal maneira que o ciúme seja banido para bem longe.

30 de jun. de 2008

São João, São João, acende a fogueira do meu coração.

Festa de São João me traz boas lembranças
Lembro que no colégio eu adorava dançar a quadrilha. Não sei se me divertia mais nos ensaios ou se na festa propriamente dita.
E as barraquinhas, as brincadeiras, as comidas... hum...tudo tão bom e divertido!
Hoje é minha filha quem vive essa fase, e devo dizer que quando soube que ela iria dançar um forró fiquei um pouco decepcionada. Nada contra o forró em si, mas tinha a expectativa de ver elazinha balançando a saia e seguindo as marcações típicas : " anarriê, dama cumprimenta cavaleiro, agora o caminho da roça...."
Mas também na turma dela só tem 2 meninos, o que dificulta a formação de pares, por isso a solução foi mandarem os pais fabricarem um boneco do tamanho natural da criança, e dessa forma não tinha como preparar uma quadrilha de verdade. Imaginem o Fernando segurando a Diana no colo na hora que gritassem " olha a cobra...." . Seria impossível.
E quanto à decepção, bem, essa desmoronou no momento em que a vi agarrada com o Fernando, de olinhos fechados, balançando os ombros no dois prá lá dois pra cá, dançando "vem cá cintura fina, cintura de pilão, cintura de menina, me dá seu coração".
Aí foi só orgulho.



Diana e Fernando

11 de jun. de 2008

Não sei explicar o porque mas me lembrei de duas quadrinhas que meu avô Eurico fez. São quadrinhas que me lembram infância. Aliás, meu avô me lembra infância, afinal só convivi com ele por oito anos. Mas foram oito intensos anos de respeito, carinho, amor e um pouquinho de medo também, porque não?

A primeira foi feita para minha avó, por quem ele era completamente apaixonado e de quem tinha um enorme ciúmes.

"De todas as mulheres,
Tu és a mais perfeita
Pois Deus lhe fez e, sorrindo,
Rasgou para sempre a receita."

A segunda acho que só foi feita para divertir a nós, netos, que vivíamos no apartamento fazendo estripulias que ele fingia não aprovar, mas que se algum pai vinha brigar, ele defendia como um leão, dizendo sempre a seguinte frase: Aqui em casa sou eu quem diz o que está certo ou errado, e só eu posso brigar com os meus netos."
Reconheço que a gente adorava.

"O porco acordou suado,
Pois teve um sonho confuso.
Sonhou que estava casado
Com a porca do parafuso."

28 de mai. de 2008

Um rio em torvelinho
rasga a terra, como um fluxo de vida.
Corrente contínua que segue em frente,
Sinuosamente, caprichosamente.

E na calmaria do dia que passa,
Molho meus pés cansados de andar,
E deixo o curso da água me levar.
A vontade de acertar nos leva a cometer erros
Às vezes por omissão, às vezes por excesso.



19 de mai. de 2008

Volta de Pasárgada

Quero ir embora pra Pasárgada...
Lá não conheço ninguém,
Mas sei que me arranjaria
Como nunca me arranjei.

Lá o poeta distante
Conseguia ser feliz...
Quem sabe, lá minha vida
Seja como eu sempre quis.

Não que eu não seja feliz,
Mas às vezes me dá um cansaço
Que penso: se lá me escondo
Encontrarei um regaço
Onde possa descansar,
E não tenha que me preocupar
Em ser sempre aquela pessoa
Que, por ser muito sensata,
Tem todas as soluções
(E nenhuma complicada).

Queria ir para Pasárgada...
Deixar que minha criança
Lá brincasse como nunca;
Deixar que minha jovem
Namorasse como nunca;
Deixar que esta mulher
Desfrutasse de uma paz
Que aqui não conheceria nunca.

E então, quando descansasse,
Quando não mais me lembrasse,
Quando me desse uma saudade,
Quando enfim viesse
Uma vontade de chorar...

Voltaria de Pasárgada.
Porque aqui sou amiga do Rei.
Aqui escolho meus amigos
E a cama em que dormirei.

Escrito em 29/01/2008

Recalque

Não devo nada a ninguém.
Não suporto a prepotência
De quem, por covarde que é,
Tem inveja de quem se aventura,
E se apruma em uma postura
De dono de toda a razão,
Criticando as atitudes
De quem segue o coração.

Por ser assim tão covarde,
Se deixa manipular
Pela vontade de outros.
Com isso abre um abismo
Que o afasta daquilo
Que, no fundo, admira.

Por isso critica àqueles
Que sabem o quanto é bom
Viver sem as amarras
Da arrogância alheia,
E tenta sufocar os que o rodeiam,
Pois não consegue conviver
Com a sombra do que poderia ter sido.

Frusta-se com a capacidade
Que outras pessoas têm
De serem felizes SENDO,
E não nescessitando
Mostrar o quanto possuem.

Pobre coitado infeliz,
Preso em sua própria arapuca
De orgulho e incompetência.
Pequeno boneco manipulado,
Vivendo a vontade alheia,
Escondido atrás de opiniões
De outros a quem se assemelha.

Pobre coitado à toa,
Aprenda a ser feliz,
Fazendo o que tem vontade
E não o que outro diz.

Escrito em 31/01/2008

O Chato

Vestido em um terno preto
Aproximou-se devagar.
Olhou-me dentro dos olhos
E começou a conversar.
Falou-me tantas asneiras
Que resolvi levantar.
Sorrindo, pedi a conta
E deixei para ele pagar
Escrito em 29/01/2008

9 de mai. de 2008

Sinceramente, não sei se nasci para ser blogueira.

Não tenho essa paciência que encontro em outros colegas de blog, de sentar à frente do computador e escrever sempre, nem que seja uma pequena frase.
Minha disciplina literária inexiste por completo.

16 de abr. de 2008

O que fazemos para uma educação melhor

Fuçando na internet, encontrei esse artigo.
É para pensar...e agir.
Devo dizer que, graças a Deus, eu estou no grupo que para tudo e senta ao lado da filha para acompanhar a lição de casa e atividades de estudo e pesquisa.

Beijos a Todos.

A VOVÓ NA JANELA

Claudio de Moura Castro

"Cada sociedade tem a educação que quer. A nossa é péssima, antes de tudo, porque não fazemos a nossa parte".
* Em uma pesquisa internacional sobre aprendizado de leitura, os resultados da Coréia pareciam errados, pois eram excessivamente elevados.
* Despachou-se um emissário para visitar o país e checar a aplicação.
* Era isso mesmo.
* Mas, visitando uma escola, ele viu várias mulheres do lado de fora das janelas, espiando para dentro das salas de aula.
* Eram as avós dos alunos, vigiando os netos, para ver se estavam prestando atenção nas aulas.
* A obsessão nacional que leva as avós às janelas é a principal razão para os bons resultados da educação em países com etnias chinesas.
* A qualidade do ensino é um fator de êxito, mas, antes de tudo, é uma conseqüência da importância fatal atribuída pelos orientais à educação.
* Foi feito um estudo sobre níveis de stress de alunos, comparando americanos com japoneses.
* Verificou-se que os americanos com notas muito altas eram mais tensos, pois não são bem-vistos pelos colegas de escolas públicas.
* Já os estressados no Japão eram os estudantes com notas baixas, pela condenação dos pais e da sociedade.
* Pesquisadores americanos foram observar o funcionamento das casas de imigrantes orientais.
* Verificou-se que os pais, ao voltar para casa, passam a comandar as operações escolares.
* A mesa da sala transforma-se em área de estudo, à qual todos se sentam, sob seu controle estrito.
* Os que sabem inglês tentam ajudar os filhos.
* Os outros ? e os analfabetos ? apenas vigiam.
* Os pais não se permitem o luxo de outras atividades e abrem mão da TV.
* No Japão, é comum as mães estudarem as matérias dos filhos, para que possam ajudá-los em suas tarefas de casa.
* Fala-se do milagre educacional coreano. Mas fala-se pouco do esforço das famílias.
* Lá, como no Japão, os cursinhos preparatórios começam quase tão cedo quanto a escola.
* Os alunos mal saem da aula e têm de mergulhar no cursinho.
* O que gastam as famílias pagando professores particulares e cursinhos é o mesmo que gasta o governo para operar todo o sistema escolar público.
* Esses exemplos lançam algumas luzes sobre o sucesso dos países do Leste Asiático em matéria de educação.
* Mostram que tudo começa com o desvelo da família e com sua crença inabalável de que a educação é o segredo do sucesso.
* Países como Coréia, Cingapura e Taiwan não gastam muito mais do que nós em educação.
* A diferença está no empenho da família, que turbina o esforço dos filhos e força o governo a fazer sua parte.
* É curioso notar que os nipo-brasileiros são 0,5% da população de São Paulo.
* Mas ocupam 15% das vagas da USP.
* Não obstante, seus antepassados vieram para o Brasil praticamente analfabetos.
* Muitos pais brasileiros de classe média achincalham nossa educação. Mas seu esforço e sacrifício pessoal tendem a ser ínfimos.
* Quantos deixam de ver TV para assegurar-se de que seus pimpolhos estão estudando?
* Quantos conversam freqüentemente com os filhos?
* As pesquisas mostram que tais gestos têm impacto enorme sobre o desempenho dos filhos.
* Se a família é a primeira linha de educação e apoio à escola, que lições estamos dando às famílias mais pobres?
* O Ministério da Saúde da União Soviética reclamava contra o Ministério da Educação, pois julgava que o excesso de horas de estudo depois da escola e nos fins de semana estava comprometendo a saúde da juventude.
* Exatamente a mesma queixa foi feita na Suíça.
* No Brasil, uma pesquisa recente em escolas particulares de bom nível mostrou que os alunos do último ano do ensino médio disseram dedicar apenas uma hora por dia aos estudos ? além das aulas.
* Outra pesquisa indicou que os jovens assistem diariamente a quatro horas de TV.
* Esses são os alunos que dizem estar se preparando para vestibulares impossíveis.
* Cada sociedade tem a educação que quer.
* A nossa é péssima, antes de tudo, porque aceitamos passivamente que assim seja, além de não fazer nossa parte em casa.
* Não podemos culpar as famílias pobres, mas e a indiferença da classe média?
* Esta é uma boa hora para um exame de consciência.
* Estado, escola e professores têm sua dose de culpa.
* Mas não são os únicos merecendo puxões de orelha.
* Acreditamos mesmo na Educação?
* O que temos feito pela sua qualidade?
* Temos sido família para os nossos filhos e filhas?
* Precisamos ser pais, mães...
* Precisamos ser avós...
* Precisamos olhar da janela...

19 de fev. de 2008

Cachorro Velho...ótimo....

CACHORRO VELHO

Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho vira-lata com ela.

Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.

Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço .

O cachorro velho pensa:

-"Oh, oh! Estou mesmo enrascado ! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador .

Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto: -Cara, este leopardo estava delicioso ! Será que há outros por aí ?

Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.

-Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco ! O velho vira-lata quase me pega!

Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum...

E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:

-Aí tem coisa!

O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo.

O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz: -"Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!"

Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:

-E agora, o que é que eu posso fazer ?

Mas, em vez de correr ( sabe que suas pernas doídas não o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:

-"Cadê o filha da puta daquele macaco? tô morrendo de fome! disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca! "

Moral da história: não mexa com cachorro velho... idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência.