28 de mai. de 2008

Um rio em torvelinho
rasga a terra, como um fluxo de vida.
Corrente contínua que segue em frente,
Sinuosamente, caprichosamente.

E na calmaria do dia que passa,
Molho meus pés cansados de andar,
E deixo o curso da água me levar.
A vontade de acertar nos leva a cometer erros
Às vezes por omissão, às vezes por excesso.



19 de mai. de 2008

Volta de Pasárgada

Quero ir embora pra Pasárgada...
Lá não conheço ninguém,
Mas sei que me arranjaria
Como nunca me arranjei.

Lá o poeta distante
Conseguia ser feliz...
Quem sabe, lá minha vida
Seja como eu sempre quis.

Não que eu não seja feliz,
Mas às vezes me dá um cansaço
Que penso: se lá me escondo
Encontrarei um regaço
Onde possa descansar,
E não tenha que me preocupar
Em ser sempre aquela pessoa
Que, por ser muito sensata,
Tem todas as soluções
(E nenhuma complicada).

Queria ir para Pasárgada...
Deixar que minha criança
Lá brincasse como nunca;
Deixar que minha jovem
Namorasse como nunca;
Deixar que esta mulher
Desfrutasse de uma paz
Que aqui não conheceria nunca.

E então, quando descansasse,
Quando não mais me lembrasse,
Quando me desse uma saudade,
Quando enfim viesse
Uma vontade de chorar...

Voltaria de Pasárgada.
Porque aqui sou amiga do Rei.
Aqui escolho meus amigos
E a cama em que dormirei.

Escrito em 29/01/2008

Recalque

Não devo nada a ninguém.
Não suporto a prepotência
De quem, por covarde que é,
Tem inveja de quem se aventura,
E se apruma em uma postura
De dono de toda a razão,
Criticando as atitudes
De quem segue o coração.

Por ser assim tão covarde,
Se deixa manipular
Pela vontade de outros.
Com isso abre um abismo
Que o afasta daquilo
Que, no fundo, admira.

Por isso critica àqueles
Que sabem o quanto é bom
Viver sem as amarras
Da arrogância alheia,
E tenta sufocar os que o rodeiam,
Pois não consegue conviver
Com a sombra do que poderia ter sido.

Frusta-se com a capacidade
Que outras pessoas têm
De serem felizes SENDO,
E não nescessitando
Mostrar o quanto possuem.

Pobre coitado infeliz,
Preso em sua própria arapuca
De orgulho e incompetência.
Pequeno boneco manipulado,
Vivendo a vontade alheia,
Escondido atrás de opiniões
De outros a quem se assemelha.

Pobre coitado à toa,
Aprenda a ser feliz,
Fazendo o que tem vontade
E não o que outro diz.

Escrito em 31/01/2008

O Chato

Vestido em um terno preto
Aproximou-se devagar.
Olhou-me dentro dos olhos
E começou a conversar.
Falou-me tantas asneiras
Que resolvi levantar.
Sorrindo, pedi a conta
E deixei para ele pagar
Escrito em 29/01/2008

9 de mai. de 2008

Sinceramente, não sei se nasci para ser blogueira.

Não tenho essa paciência que encontro em outros colegas de blog, de sentar à frente do computador e escrever sempre, nem que seja uma pequena frase.
Minha disciplina literária inexiste por completo.