16 de jul. de 2008

Em um estado letárgico,
Observo os acontecimentos
Ao redor de meu mundo.

Estático.

Tudo ocorre em câmera lenta,
Sem movimento.
Quadro a quadro,
Como uma história em quadrinhos
Mal colorida e diagramada.

Me canso dessa paralisia
E, momentâneamente,
Tento acelerar a ação.

Mas logo volto à segurança da letargia.
Não foi o mundo que estagnou.

Fui eu.

2 de jul. de 2008

Ciúme de irmãs

Lembram daquele anúncio de tintas, que tem um menininho imaginando as mudanças da vida dele com a chegada de uma irmãzinha, e que tem como fundo a seguinte música: "Mamãe vai me dar um irmãozinho. Estou contente. Que bom.
Nosso apartamento é pequeno. Tudo o que é meu será dos dois. Até mamãe e papai, de nós dois."

Pois é. Minha filha vai ganhar uma irmãzinha. No caso é o pai quem vai dar. Mas o trâmite de ciúmes, insegurança e carência rola nas duas casas.
O quarto que era só dela está sendo reformado para receber a irmãzinha. Para isso tem que mandar embora alguns brinquedos e bibêlos. Resultado: vai tudo lá pra casa. Está tudo entulhado em um canto, mas tudo é válido para minimizar o cíume que já está se manifestando.
E quando volta da casa do pai, haja psicologia e paciência para muitas conversas e explicações.
No outro dia ela chegou dizendo que não queria dividir a barriga do pai com ninguém. Mesmo sem entender direito o que isso queria dizer, tentei explicar que ela já dividia a barriga do pai dela com um monte de "gente": a boadrasta, a guitarra - que fica mais tempo perto da barriga dele do que qualquer outra "pessoa" - e até mesmo com o próprio pai, afinal de contas a barriga é dele e de mais ninguém.
Depois de me corrigir, às garagalhadas, explicando que guitarra não era gente, ela pareceu um pouco mais conformada e foi brincar.
Espero que durante essa fase todos os dilemas dela sejam tão fáceis e simples de resolver.
E que quando a irmãzinha chegar, o carinho e a meiguice dela se expandam de tal maneira que o ciúme seja banido para bem longe.