19 de mai. de 2008

Volta de Pasárgada

Quero ir embora pra Pasárgada...
Lá não conheço ninguém,
Mas sei que me arranjaria
Como nunca me arranjei.

Lá o poeta distante
Conseguia ser feliz...
Quem sabe, lá minha vida
Seja como eu sempre quis.

Não que eu não seja feliz,
Mas às vezes me dá um cansaço
Que penso: se lá me escondo
Encontrarei um regaço
Onde possa descansar,
E não tenha que me preocupar
Em ser sempre aquela pessoa
Que, por ser muito sensata,
Tem todas as soluções
(E nenhuma complicada).

Queria ir para Pasárgada...
Deixar que minha criança
Lá brincasse como nunca;
Deixar que minha jovem
Namorasse como nunca;
Deixar que esta mulher
Desfrutasse de uma paz
Que aqui não conheceria nunca.

E então, quando descansasse,
Quando não mais me lembrasse,
Quando me desse uma saudade,
Quando enfim viesse
Uma vontade de chorar...

Voltaria de Pasárgada.
Porque aqui sou amiga do Rei.
Aqui escolho meus amigos
E a cama em que dormirei.

Escrito em 29/01/2008

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