18 de out. de 2005

Mais pérolas da adolescência

Sempre amei as poesias de Drummond, por isso quando ele veio a falecer eu fiquei realmente muito triste. Era o meu poeta maior, uma pessoa que eu admirava e que eu tinha tido a sorte de um dia conhecer (uma pequena entrevista para a escola que ele teve a paciência de nos receber, e eu, tal qual uma pamonha, fiquei o tempo todo olhando para ele com aquela cara de idiota que a gente faz quando não acredita que está mesmo ali).
Bem esses dois poemas foram a maneira que eu achei de extravazar a minha dor.
Só espero que eu não tenha ajudado a acabar de matar o pobre poeta com essa minha pretensa homenagem.



Morreu Drummond

Morreu Drummond...
Morreu o homem, morreu a luz, morreu a esperança.
Vive o poeta, vive a obra, vive a lembrança.
Morreu Drummond...
Sua morte é irremediável.
Só será ludibriada
Pela leitura de seus poemas.
Seus sentimentos serão encontrados
Em cada página por ele escrita,
Em cada palavra por ele dita,
Em cada cidade por ele vivida.
E a nós cabe perpetuar-lhe a obra
Para que as futuras gerações
Tenham o prazer de conhecer
O homem, o poeta, a pessoa
Que foi Drummond.
Escrito em 17/08/1987

Falta um Poeta

O luto explodiu na natureza,
No país, nos homens,
Em todos.
Chora o sol, calam os pássaros,
Sossegam os homens,
Entristece-se a lua.
Ninguém tem coragem
De dizer um ai, um oi,
Um conforto a quem quer que seja.
O mundo, a terra, as pessoas,
O luto, o choro, o ai,
Os pássaros, o sol, a lua,
Todos lamentam a partida, a morte, a ida,
A ferida que Drummond deixou.
Escrito em 18/08/1987

Nenhum comentário: